quinta-feira, 21 de maio de 2009

Diferentes denominações de Semiótica e Semiologia

A semiótica é mais uma descoberta do funcionamento dos organismos vivos de que uma elaboração intelectual de alguns autores. Todo animal, principalmente os dotados de percepção, tem que aprender que determinada matéria, tem para suas vidas um significado fundamental.
A questão de existir dois nomes (semiótica/semiologia) é uma questão de origem. São dois os precursores destas linhas:
Um deles foi o suíço e lingüista Ferdinand de Saussure que chamou os estudos dos signos como sendo semiologia. Por ser um lingüista, Saussure trabalhou com a fala/oralidade e esteve preocupado em “ver” como é que as línguas se cruzam uma na outra. Ele trabalhou com a língua francesa, conhecia bem o grego, o latim e o italiano e queria saber como é que estas línguas no fundo se suportam e foi atrás de respostas.
Indo atrás disto, ele foi montando uma teoria, porém não chegou a escrevê-la.
Saussure, através da lingüística, salientou que existia um lugar nas ciências sociais para uma ciência que estudasse os signos. Portanto, segundo Saussure, semiologia é uma ciência que estuda os signos, que para ele está composto de significante (Se) , que é a matéria acústica e de significado (So) que é o conceito da coisa, a junção destas duas faces resultará no signo, sendo que este signo é sempre mental e ele é a representação daquilo que a nossa mente percebe.
Saussure, não considera a matéria externa, e só acredita na existência da palavra, que é percebida por minha mente e representada através do signo (Se +So = signo).

Só mais tarde é que outro estudioso, Luis J. Pietro vai considerar a matéria externa, que Saussure considera como sendo o sinal, que na semiótica foi considerado como: Representâmen e que os estudiosos Adair Peruzzolo, assim como, Eliseu Verón e Martinet classificam como sendo matéria significante.
Bom, voltando a questão da semiologia na visão de Saussure, é portanto, o estudo do signo, já que este, não considera outro
elemento senão o signo.
Já a semiótica teve como precursor o lógico americano Charles Sanders Peirce que vai falar da ciência da significação, pois para ele, não é a ciência do signo, já que não estuda apenas o signo, mas sim, o processo de produção do mesmo que será a semiose.
Esta semiose é a relação triádica entre o signo (representâmen), objeto (mental) e o interpretante que se formam a partir da percepção do representâmen (sinal, matéria externa, matéria significante).
Peirce adota do filósofo político John Locke (1690) a palavra semiotikês para semiótica.


Semiologiasignifica estudo, pensamento, contemplação;
Semiótica –
vem significar visão, ponto-de-vista, enfoque.

As duas palavras dizem a mesma coisa. As duas tratam da ciência do signo, mas são palavras que indicam também procedências, origens, escolas, diferentes. Há uma particularidade: precisamos lembrar que a semiologia e a semiótica são pontos de origens diferentes, ou seja, propostas diferentes que todavia procuram estudar o saber afinado com estas propostas, alguns autores preferem a denominação semiótica.
Só em 1969, é que a Sociedade Internacional de Semiótica vai considerar as duas ciências como sendo equivalentes ao mesmo estudo, que é o estudo da ciência dos signos. E, tanto uma denominação quanto a outra estão corretas.
Portanto, quando se fala em semiologia ou semiótica estão falando das escolas saussureanas e peirceanas. Esta ciência dos signos é considerada pela Sociedade Internacional da Semiótica, como sendo o estudo das teorias e das metodologias que estudam o conhecimento do uso dos processos comunicacionais, em seu sentido de significabilidade, ou seja, o poder que as coisas (que podem ser matérias significantes), ações, tend
em a significar.
A pesquisadora Lúcia Santaella, ainda fala dessa ciência como sendo basicamente o estudo da linguagem. Já para a proposta do professor de semiótica Milton José Pinto, é o estudo de todas as representações.
Um conceito muito utilizado nos dias de hoje é trazido por Britto, que coloca que a ciência que estuda os signos estuda o que o texto diz e como ele faz para dizer o que diz.
Estudar os signos significa na verdade, “correr” atrás daquilo que forma a comunicação humana, ou os processos de significação.

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