terça-feira, 6 de outubro de 2009

Categoria do Dispositivo de Enunciação

Enunciar é o ato de produzir um enunciado, de manifestar ideias e ações através dos signos e do jogo dos signos. O sujeito realiza incursões que o 'sujeito enunciador' faz no universo dos códigos, principalmente a fala; pretendendo com isso, produzir um objeto de comunicação, entrar em comunicação com o outro.
Já a enunciação distribui o saber de diferentes modos e obtém efeitos também diferenciados, ou seja, a enunciação é a instância de mediação entre as estruturas narrativas e discursivas que pressuposta no discurso, pode ser reconstruída a partir das pistas e marcas que se espalham no discurso.
A enunciação também é a mediadora entre o discurso e o contexto sócio-histórico e nesse caso, deixa-se apreender graças as relações intertextuais. E da enunciação, resulta o enunciado que é o objeto textual. Para um lingüista, o enunciado é a manifestação concreta de uma frase (que não é o sentido que vamos usar na teoria da enunciação).
Numa situação de enunciação há sempre duas figuras discursivas que são:
a) a que organiza e constrói o discurso – que são os enunciadores;
b) a figura que se coloca no lugar do leitor empírico que é o enunciatário;
Essas duas figuras, sã figuras discursivas, são sujeitos do discurso.
Não se trata do construtor empírico ou do autor “eu” pessoa que escreveu o texto, mas do lugar no discurso que esta pessoa que constrói se coloca e ela prevê um lugar para o leitor, que é o enunciatário.
O enunciatário é uma figura discursiva porque ele está previsto no texto e podemos nos colocar no lugar do enunciatário.
Nenhum dos dois (tanto o enunciador, quanto o enunciatário) são empíricos, eles são figuras existentes no texto, tanto que o enunciador, temos que procurar marcas que denunciam ou não a existência do enunciador no enunciado.
Portanto, num texto existem dois sujeitos de enunciação: enunciador e enunciatário.
Estes sujeitos de enunciação cumprem os papéis de destinador e destinatário do discurso.
Sendo que o enunciador define-se como o destinador-manipulador, responsável pelos valores do discurso e é capaz de levar o destinatário a crer e a fazer.

A manipulação do enunciador exerce-se com um fazer persuasivo, enquanto ao enunciatário, cabe o fazer interpretativo e a ação subseqüente. Tanto a persuasão do enunciador, quanto a interpretação do enunciatário se realizam “no” e “pelo” discurso. Visto que o discurso constrói a sua verdade.
O enunciador não produz discursos verdadeiros ou falsos, mas fabrica discursos que criam efeitos de verdade ou de falsidade que “parecem” verdadeiros ou falsos e como tais são interpretados. A semiótica concebe a organização sintática do discurso.


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