Texto
O texto é uma unidade de sentido, no qual múltiplas partes
falam de modo coeso. Alguns autores definem como fios que tecem uma trama já que o texto tem conteúdo,
expressão e forma. É preciso ver como o
texto mostra e o que mostra. Você sabia que a imagem também é um texto? Isso mesmo, ela me diz algo
porque tem estruturação, porque se estrutura como uma linguagem que relaciona
expressão, conteúdo, contexto. Portanto, imagem também é um texto!!
A semiótica greimasiana, tem como foco o texto. Para Greimas, não basta somente ler obras representativas sem
relacioná-las com outros textos da época, bem como o de outras épocas. Segundo a semiótica greimasiana, não tem sentido um aluno ler Navio negreiro, de
Castro Alves, sem relacioná-lo a obras como os poemas de Luís Gama, sem
assistir, por exemplo, a Amistad, sem ler Negrinha,
de Monteiro Lobato, sem ouvir alguns sambas em que a figura do negro aparece
deturpada. A escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, embora cheio
de boas intenções, tem por trás de si a intenção de apresentar uma escrava
branca, a fim de não ferir os leitores da época.
Para a semiótica, a cultura é um conjunto de informações não hereditárias que são armazenadas e transmitidas por um determinado grupo. O ex-beatle John
Lennon criou uma frase sobre o Blues, uma das matrizes musicais mais
influentes: “O blues é bonito porque é simples e real (...). Não o desenho de
uma cadeira, mas a primeira cadeira. A cadeira é feita para sentar, não para
olhar ou apreciar. A gente senta naquela música de blues”. Sem querer, ele acabou elaborando um exercício de semiologia e também de semiótica!.
Portanto, a compreensão de produção simbólica de
uma sociedade se dá pela análise das trocas informacionais que ocorrem tanto no
interior de uma determinada organização, como entre as diferentes estruturas.
Há ainda a Semiótica
estruturalista/Semiologia de Saussure, Lévi-Strauss, Barthes e Greimas, com
foco apenas nos signos verbais; a Semiótica russa ou Semiótica da cultura, de
Jakobson, Hjelmslev e Lotman, com foco na linguagem, literatura e em outros
fenômenos culturais, como a comunicação não-verbal e visual, mito e religião;
Ao conceber a cultura
como informação, os semioticistas russos se voltam para os códigos culturas dentro da perspectiva de regulação de comportamentos.
Segundo Ivanov o Homem não somente cria signos, mas também é regulado por eles.
Os códigos culturais funcionariam como programas de controle, tal como havia
sido previsto pela cibernética. A cultura funciona como um programa e, enquanto
tal, como informação.
Códigos
culturais
Todo código é um
sistema modelizante: trata-se de uma forma de regulação necessária para a
organização e o desenvolvimento da informação.
Os códigos culturais
são definidos como sistemas semióticos, pois são estruturas de grande
complexidade que reconhecem, armazenam e processam informações com um duplo
objetivo: regular e controlar as manifestações da vida social, do comportamento
individual e coletivo.
Segundo tal concepção os Seres Humanos não só se
comunicam com os signos, como são em larga medida controladas por eles. Há
décadas os homens são instruídos segundo os códigos culturais da sociedade.
E, os semioticistas
dizem mais, que a cultura não pode organizar a esfera social sem os signos.
BARROS, Diana Luz Pessoa de. Teoria semiótica do texto. São Paulo: Ática, 1991.
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