A questão de existir dois nomes (semiótica/semiologia) é uma questão de origem. São dois os precursores destas linhas:
Indo atrás disto, ele foi montando uma teoria, porém não chegou a escrevê-la.
Saussure, através da lingüística, salientou que existia um lugar nas ciências sociais para uma ciência que estudasse os signos. Portanto, segundo Saussure, semiologia é uma ciência que estuda os signos, que para ele está composto de significante (Se) , que é a matéria acústica e de significado (So) que é o conceito da coisa, a junção destas duas faces resultará no signo, sendo que este signo é sempre mental e ele é a representação daquilo que a nossa mente percebe.
Saussure, não considera a matéria externa, e só acredita na existência da palavra, que é percebida por minha mente e representada através do signo (Se +So = signo).
Só mais tarde é que outro estudioso, Luis J. Pietro vai considerar a matéria externa, que Saussure considera como sendo o sinal, que na semiótica foi considerado como: Representâmen e que os estudiosos Adair Peruzzolo, assim como, Eliseu Verón e Martinet classificam como sendo matéria significante.
Bom, voltando a questão da semiologia na visão de Saussure, é portanto, o estudo do signo, já que este, não considera outro elemento senão o signo.
Já a semiótica teve como precursor o lógico americano Charles Sanders Peirce que vai falar da ciência da significação, pois para ele, não é a ciência do signo, já que não estuda apenas o signo, mas sim, o processo de produção do mesmo que será a semiose.
Esta semiose é a relação triádica entre o signo (representâmen), objeto (mental) e o interpretante que se formam a partir da percepção do representâmen (sinal, matéria externa, matéria significante).
Peirce adota do filósofo político John Locke (1690) a palavra semiotikês para semiótica.
Semiologia – significa estudo, pensamento, contemplação;
Semiótica – vem significar visão, ponto-de-vista, enfoque.
As duas palavras dizem a mesma coisa. As duas tratam da ciência do signo, mas são palavras que indicam também procedências, origens, escolas, diferentes. Há uma particularidade: precisamos lembrar que a semiologia e a semiótica são pontos de origens diferentes, ou seja, propostas diferentes que todavia procuram estudar o saber afinado com estas propostas, alguns autores preferem a denominação semiótica.
Só em 1969, é que a Sociedade Internacional de Semiótica vai considerar as duas ciências como sendo equivalentes ao mesmo estudo, que é o estudo da ciência dos signos. E, tanto uma denominação quanto a outra estão corretas.
Portanto, quando se fala em semiologia ou semiótica estão falando das escolas saussureanas e peirceanas. Esta ciência dos signos é considerada pela Sociedade Internacional da Semiótica, como sendo o estudo das teorias e das metodologias que estudam o conhecimento do uso dos processos comunicacionais, em seu sentido de significabilidade, ou seja, o poder que as coisas (que podem ser matérias significantes), ações, tendem a significar.
A pesquisadora Lúcia Santaella, ainda fala dessa ciência como sendo basicamente o estudo da linguagem. Já para a proposta do professor de semiótica Milton José Pinto, é o estudo de todas as representações.
Um conceito muito utilizado nos dias de hoje é trazido por Britto, que coloca que a ciência que estuda os signos estuda o que o texto diz e como ele faz para dizer o que diz.
Estudar os signos significa na verdade, “correr” atrás daquilo que forma a comunicação humana, ou os processos de significação.
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