O post
de hoje, é baseado na coletânea de textos do linguista norte-americano Charles Bazerman. A intenção é oxigenar
nossas reflexões teóricas e auxiliar na atividade de ensino no que diz respeito
aos gêneros textuais.
Por se
tratar de ensaios que trabalham com um conjunto de gêneros e estes oferecem uma
rica e sólida base para análises com uma visão menos limitada e mais dinâmica
da tipificação, vamos dividir esse resumo do livro em cinco partes.
A
primeira parte é a que Bazerman diz que essa coletânea de textos é mais do que
um estudo de gênero em si, é um estudo da circulação
de discursos e da inovação dos
formatos dessa circulação, em termos de meios, canais, modos retóricos e
tipificação. Sua convicção central é quanto ao uso de textos, onde ele reflete
que “não apenas organizamos nossas ações diárias, como também criamos
significações e fatos sociais num processo interativo tipificado num sistema de
atividades que encadeia significativamente as ações discursivas”. Pareceu
confuso!? Senta aí que a conversa é longa.
Charles
Bazerman se interessa pelo aspecto sociopolítico envolvido nas formas textuais
típicas que comandam nossas ações diárias. E não é gratuitamente que faz longas
análises do formulário de declaração do imposto
de renda norte-americano, tendo em vista a extensa rede de gêneros
interligados e a intertextualidade que esse gênero envolve para a vida do
cidadão.
Bazerman
é taxativo em seu primeiro ensaio desta coletânea ao postular que “a definição
de gêneros como apenas um conjunto de traços textuais ignora o papel dos
indivíduos no uso e na construção de sentidos”. Pois a ideia de que os gêneros
são formas típicas prontas para uso “ignora as diferenças de percepção e
compreensão, o uso criativo da comunicação para satisfazer novas necessidades
percebidas em novas circunstâncias e a mudança no modo de compreender o gênero
com o decorrer do tempo”.
O gênero é uma categoria
essencialmente sócio histórica sempre em mudança.
Resumindo
grosseiramente, gêneros são tipificações dinâmicas, interativas e históricas, o
que permite o autor postular a tese várias vezes repetida em seus ensaios e
reunidas neste livro organizado por Angela Paiva Dionisio e Judith Chambliss
Hoffnagel: “Podemos chegar a uma compreensão mais profunda de gêneros se os
compreendermos como fenômenos de
reconhecimento psicossocial que são parte de processos de atividades
socialmente organizadas”.
Para o
autor, gêneros são fatos sociais emergentes na atividade de compreensão
intersubjetiva em situações típicas em que se deve coordenar atividades e
compartilhar significados, tendo em vista propósitos práticos.
Ficou interessado? Então aguarde
a 2ª parte onde abordaremos o conjunto de gêneros e os sistemas de gêneros e
seus exemplos práticos!
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